4 de janeiro de 2022
Rito de passagem
Festa da Menina Moça aconteceu na Terra Indígena Rio Pindaré, em Bom Jardim, Maranhão.

A Festa da Menina Moça é um rito de passagem da menina indígena Guajajara para a fase adulta. A festa é organizada pelo pais da moça, e outras moças são chamadas para brincar. A festa tem início na sexta-feira, com cantos feitos por anciãos cantores e sábios do território. É na noite de sexta-feira que começa o ensaio, para que no sábado de manhã as anciãs façam as pinturas nos corpos das jovens. Os rapazes também participam da festa. Eles são jovens com idade de 12 e 13 anos que estão mudando a voz.

No ritual é utilizada carne de caça como guariba, catitu, paca, e aves como nambú e jacú. Essas carnes são defumadas em um jirau para ficarem conservadas até o dia da grande festa. Antes do início da pintura dos corpos das moças participantes do ritual, a carne moqueada das caças são levadas ao espaço onde será a festa. Só depois que o moqueado está no local é que as anciãs começam a pinturas corporais com tinta do jenipapo.

Depois que têm os corpos pintados, as moças e rapazes vestem uma roupa e colocam colares de miçanga com cores iguais em volta do pescoço. A partir daí começa o ritual, um momento único para cada participante.

Existem cantos específicos para a Festa da Menina Moça. Existe o canto da manhã, da tarde e da noite, e também o da madrugada. Na manhã do domingo, as mães e anciãs, rapazes e moças vão para um outro local para pôr os enfeites, como tiara de penas nas moças e algodão nos corpos dos rapazes. Depois elas e eles são levados para o espaço onde acontece o ritual, à espera do angu que é preparado pelas anciãs.

A festa é encerrada com o canto, onde há emoções e mistérios.


Fotos, texto e áudio: Genilson Guajajara

MAIS RECENTES

III Encontrão e Mostra Audiovisual da Jacá: Juventude, Comunicação Popular, Resgate Ancestral e Direitos Humanos no Maranhão

III Encontrão e Mostra Audiovisual da Jacá: Juventude, Comunicação Popular, Resgate Ancestral e Direitos Humanos no Maranhão

Piquiá de Baixo, Maranhão, Brasil: uma comunidade resistente que completou 19 anos de luta por reassentamento e reparação integral, enfrenta diariamente os impactos das grandes indústrias de mineração, atravessada pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), com seus direitos humanos violados. No entanto, falar de Piquiá de Baixo não se resume ao sofrimento. A comunidade é […]

Faça parte da Agência Zagaia

Se você é originário, quilombola, de povos e comunidades tradicionais e trabalha com texto, áudio, vídeo, ilustração, foto, cordel, canto, dança – ou outra forma de comunicação – e quiser contribuir com a Zagaia, manda uma mensagem pra gente utilizando o formulário ao lado. Bóra comunicar!

7 + 14 =

Apoio