Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O projeto do latifúndio é tão extenso que de tudo se apropria. Matopiba até tem nome bonito, mas de bonito não tem nada. Onde chega invade o cerrado, destrói a diversidade e fica tudo apagado. Dizem que é agricultura, mas isso é uma grande mentira. Que diacho de agricultura é essa que não se come o que se tira?

COLAGENS E CORDEL: ÀMÀM
Tem a soja, o eucalipto e até o diacho do pé de boi, aqueles mesmos da antiga, na qual muitos sem terra, indígena e ribeirinho já se foi.
Traduzindo o que é: ainda é o mesmo inimigo, o branco que vem de fora e diz que a terra a ele lhe foi atribuído.
Nem precisa mais do grilo na gaveta. Basta ter e ser amigo de político-jurídico. Passou-se 500 anos, mas a verdade é que isso não muda.
Ainda é karaiw que faz o sangue escorrer do pobre, do preto, do índio, do camponês, do ribeirinho, coitado, que até do o rio o Matopiba se desfez.

Não é história com i. A história com h tem até avião desses bichos poluindo a comunidade com veneno no ar.
E tem o canela de ferro que ainda se põe a ameaçar: você vai morrer.
De morte matada ou de morte morrida. São muitos os opressores que só fazem a vida do homem das terras e das águas aperrear.
Em tempos de pandemia o bicho também não dormiu.
Veio juiz, veio polícia, veio política, a tal da ração do cão.
Com um pedaço de papel falando em desapropriação.
É só um jeito mais chique de dizer que a terra não é do pobre, e sim do patrão.
Mas depois o que acontece é o abandono do pobre trabalhador.
Vai o pobre do homem que sai do campo e, por fome, rouba um pedaço de pão.

O homem branco diz que o matopiba é para avançar o projeto sócio-econômico e a transformação, mas nunca vi lugar que corre sangue ser projeto de alimentar a nação.
O projeto do matopiba ainda é o de mais de 500 anos atrás, é o colonialismo, a modernização dos senhores de terra, até na ordem e progresso o bicho tá disfarçado.

Mas chega de falar de dor. Vou partir pras partes da resistência dos povos filhos da terra, que por ela brigam puxando a bandeira da insurgência.
Saibam senhores de terra: no matopiba tem povo valente como o quê.
Se vacilar, entram em guerra. Eu tô falando do MST.

Mas essa história fica mais linda: lá vem o pessoal pra animar a revolução.
Chega junto o quilombola com seus tambores e Encantados como proteção.
Pra completar a nossa força chegou a luta mais bela de todas: lá vem os povos originários que sabem a importância deste solo sagrado.
Sou latino americano, Abya Yala ou Pachamama.
