A Festa da Menina Moça é um rito de passagem da menina indígena Guajajara para a fase adulta. A festa é organizada pelo pais da moça, e outras moças são chamadas para brincar. A festa tem início na sexta-feira, com cantos feitos por anciãos cantores e sábios do território. É na noite de sexta-feira que começa o ensaio, para que no sábado de manhã as anciãs façam as pinturas nos corpos das jovens. Os rapazes também participam da festa. Eles são jovens com idade de 12 e 13 anos que estão mudando a voz.
No ritual é utilizada carne de caça como guariba, catitu, paca, e aves como nambú e jacú. Essas carnes são defumadas em um jirau para ficarem conservadas até o dia da grande festa. Antes do início da pintura dos corpos das moças participantes do ritual, a carne moqueada das caças são levadas ao espaço onde será a festa. Só depois que o moqueado está no local é que as anciãs começam a pinturas corporais com tinta do jenipapo.
Depois que têm os corpos pintados, as moças e rapazes vestem uma roupa e colocam colares de miçanga com cores iguais em volta do pescoço. A partir daí começa o ritual, um momento único para cada participante.
Existem cantos específicos para a Festa da Menina Moça. Existe o canto da manhã, da tarde e da noite, e também o da madrugada. Na manhã do domingo, as mães e anciãs, rapazes e moças vão para um outro local para pôr os enfeites, como tiara de penas nas moças e algodão nos corpos dos rapazes. Depois elas e eles são levados para o espaço onde acontece o ritual, à espera do angu que é preparado pelas anciãs.
A festa é encerrada com o canto, onde há emoções e mistérios.
Fotos, texto e áudio: Genilson Guajajara