O grupo Mulheres Saudáveis, criado em 2019, nasceu da necessidade de levar a prática de exercícios físicos para o cotidiano das mulheres de Piquiá de Baixo, comunidade no município de Açailândia, Maranhão. Idealizado por mim, Sebastiana Costa, educadora popular e estudante de educação física, o grupo utiliza pneus encontrados na própria comunidade para a realização das práticas.
Certo dia, ao perceber que as mulheres da comunidade não praticavam exercícios físicos, tive a ideia de montar um grupo de crossfit e saí à procura de pneus pelo bairro com a ajuda de outra moradora, Maria do Socorro.
Juntas, encontramos alguns pneus usados em borracharias e com eles iniciamos os primeiros encontros na quadra de esportes. O grupo, então, começou a tomar forma, e mulheres como Maria do Socorro, Aldeiris, Aldeenes e outras moradoras de Piquiá de Baixo agora se encontram às segundas, quartas e quintas, a partir das 08h da manhã, para realizar os exercícios.
Dificuldades do grupo na comunidade
Entre as muitas dificuldades encontradas pelo grupo, uma delas é a falta de local e equipamentos adequados para realizar os treinos e conseguir os resultados desejados. Como muitas mulheres já perderam peso e agora precisam ganhar massa muscular, a falta de equipamentos complementares causa obstáculos para o grupo. Além disso, quando chove, o crossfit é cancelado, pois a quadra não é coberta.
Objetivos e metas alcançadas no decorrer do projeto
As participantes do grupo Simone e Keila relatam os objetivos e metas que alcançaram com as atividades físicas.
Simone diz que o seu objetivo é ter uma vida mais saudável e também perder peso. Desde que entrou no grupo, perdeu 10kg.
Para Keila, que possui alguns problemas de saúde, o exercício físico aumentou a sua autoestima e melhorou a saúde física e mental.
Mulheres do grupo sofrem impactos das siderúrgicas
Simone fala um pouco sobre suas dificuldades enquanto moradora da comunidade e os impactos que a população sofre com as atividades das siderúrgicas. Seu filho, João Pedro, enfrenta problemas respiratórios devido à poluição ao redor. Por isso, quando o filho tem crises e passa a noite tossindo, Simone não consegue se fazer presente nas atividades. Ao consultar o filho no médico, os profissionais sugerem que se a mãe quiser o filho saudável, deve migrar para outra cidade. E mesmo com todas as dificuldades e lutas, ela consegue treinar, embora não seja todas as semanas.
Texto, fotos, áudio: Sebastiana Costa